Publicado em: 15/12/19
Portugal manteve ao longo da sua história contactos muitos estreitos com árabes e muçulmanos, quer no continente quer em África e no Oriente. E muito da cultura árabe veio a ficar indelevelmente ligado à nossa. Basta pensar no que aconteceu no domínio linguístico. Muitos vocábulos árabes entraram no idioma português. Eis, a título de exemplo, algumas dessas palavras: albufeira ("mar pequeno", "lago"), alcácer ("castelo"), alcáçova ("cidadela"), alcântara ("ponte"), alcaria ("aldeia"), Algarve ("ocidente"), Azoia ("ermida"), acepipe ("passa de uva"), alcaide ("chefe"), alcova ("cúpula"), açougue ("mercado"), alcofa, alfama ("fonte de água termal"), aljube ("poço"), arrais ("chefe"), azeite, azeitona, alarve, adaíl, azenha, Almedina ("cidade"), Arrábida ("convento fortificado na fronteira"), Odeceixe, Odegebe, Odiáxere, Odivelas, Odemira, Odeleite, Guadalete, Guadalquivir, Guadiana. Nos exemplos referidos nota-se ou a presença do artigo "al" ou do termo "wad" que significa "rio".
RODRIGUES, Manuel Augusto. O mundo árabe e islâmico. "Nação e Defesa". ISSN 0870-757X. Nº 14 (1980) 52 p. Disponível neste link.
UMA LISTA DE VOCÁBULOS
Acepipe - do árabe azzibib, passa.
Assassino - do árabe hechehachin, nome de seita religiosa cujos membros faziam voto de cometer qualquer morte que lhe fosse ordenada pelo chefe (chamado o Senhor da Montanha), embriagando-se, para isso, com uma bebida preparada com haxixe.
Café - do árabe kahwa, vinho, cuja pronúncia em turco é kahvé.
Cetim - do árabe zaituni, adjetivo derivado do nome da cidade chinesa Tseuthoung, chamada pelos árabes Zaitune, afamada pelo fabrico desse tecido de seda.
Fôrro - da raiz árabe forr (liberto), de onde vem "alforria".
Masmorra - do árabe matmura, onde significava o depósito subterrâneo em que se guardavam os cereais.
Mesquinho - do espanhol mezquino, que o tirou do árabe meskin, onde segundo F. Diez significava "servo", "pobre", "miserável".
Múmia. Segundo Eguilaz e Locotsh viria do persa mum, "cera", pelo árabe múmiga, "cadáver embalsamado".
VICTORIA, Luiz A. P. Dicionário da origem e da evolução das palavras. 5 edição. Rio: Editora Científica, 1966.
Castelo dos Mouros em Sintra, Portugal. Na bandeira está escrito "Sintra" em árabe. |
RODRIGUES, Manuel Augusto. O mundo árabe e islâmico. "Nação e Defesa". ISSN 0870-757X. Nº 14 (1980) 52 p. Disponível neste link.
Fonte Mourisca em Sintra. |
UMA LISTA DE VOCÁBULOS
Palácio Nacional de Sintra. Passagem para a Sala Árabe. |
Assassino - do árabe hechehachin, nome de seita religiosa cujos membros faziam voto de cometer qualquer morte que lhe fosse ordenada pelo chefe (chamado o Senhor da Montanha), embriagando-se, para isso, com uma bebida preparada com haxixe.
Café - do árabe kahwa, vinho, cuja pronúncia em turco é kahvé.
Cetim - do árabe zaituni, adjetivo derivado do nome da cidade chinesa Tseuthoung, chamada pelos árabes Zaitune, afamada pelo fabrico desse tecido de seda.
Fôrro - da raiz árabe forr (liberto), de onde vem "alforria".
Masmorra - do árabe matmura, onde significava o depósito subterrâneo em que se guardavam os cereais.
Sala Árabe. Palácio Nacional de Sintra. |
Mesquinho - do espanhol mezquino, que o tirou do árabe meskin, onde segundo F. Diez significava "servo", "pobre", "miserável".
Múmia. Segundo Eguilaz e Locotsh viria do persa mum, "cera", pelo árabe múmiga, "cadáver embalsamado".
VICTORIA, Luiz A. P. Dicionário da origem e da evolução das palavras. 5 edição. Rio: Editora Científica, 1966.
Comentários
Postar um comentário